sexta-feira, novembro 10, 2017

Recebi de alguém achei interessate

Coisas para fazer e observar para não se arrepender depois:

1. Não viajar quando teve a chance.
Viajar torna-se infinitamente mais difícil quando você fica mais velho, especialmente se você tem uma família e precisa pensar no sustento de mais de três pessoas em vez de apenas você mesmo.

2. Não aprender outro idioma.
Aprender uma nova língua é mergulhar em uma nova cultura. Dá trabalho, mas é gratificante. E, novamente, é muito mais fácil se dedicar a esse aprendizado quando existem menos responsabilidades. Mas lembramos que sempre é tempo para aprender coisas novas.

3. Ficar em um relacionamento ruim.
Tudo tem seu tempo. Relacionamentos devem ser benéficos para todos os envolvidos. Prender-se a um relacionamento abusivo é perda de tempo, e muitas vezes você só vai perceber isso quando o momento já tiver passado.

4. Não passar protetor solar.
Rugas, marcas de sol e câncer de pele podem ser evitados em grande parte se você se proteger. Afinal, todos queremos envelhecer bem!

5. Não ir aos show das suas bandas favoritas.
"Ah cara, fica pra próxima... vou assistir o show do Nirvana na próxima turnê."

6. Ficar com medo de fazer as coisas.
O conselho é simples: não tenha medo de sair da sua zona de conforto.

7. Ser sedentário
Muitos de nós gastamos o pico do vigor físico de nossas vidas no sofá. Quando você atingir 40, 50, 60 e além, você sonhará com o que você poderia ter feito com toda aquela energia e saúde.

8. Deixar-se definir pelo que os outros pensam.
Poucas coisas são tão tristes como uma pessoa dizendo: "Bem, isso não foi feito porque naquela época...".

9. Não sair de um trabalho terrível.
Sim, você tem que pagar as contas. Mas se você não faz um plano para melhorar sua situação, você pode acordar um dia tendo passado 40 anos no inferno.

10. Não se esforçar na escola.
Não são só suas notas que desempenham um papel na determinação de onde você acaba na vida. Eventualmente, você perceberá como era bom passar o dia todo aprendendo, e pensará "gostaria de ter prestado mais atenção".

11. Não perceber o quão bonito(a) você é.
Muitos de nós passam a juventude infeliz com a forma como nos olhamos. Ame a si mesmo desde agora. E, se você acha que precisa mudar, não perca tempo. Cuide-se.

12. Ter medo de dizer "eu te amo".
Quando você for velho, você não se importará se o seu amor não tiver sido correspondido - apenas que você tenha feito sua parte e ficado bem consigo mesmo.

13. Não escutar o conselho de seus pais.
Você não quer ouvir isso quando você é jovem, mas a verdade é que a maioria das coisas que seus pais dizem sobre a vida é verdade.

14. Gastar sua juventude de maneira egoísta.
Você ficará envergonhado com isso depois.

15. Dar muita atenção ao que outras pessoas pensam.
Em 20 anos, você não vai se preocupar com nenhuma dessas pessoas com quem você se preocupou hoje.

16. Apoiar os sonhos dos outros e esquecer-se dos seus
Apoiar os outros é uma coisa linda, mas cuidado: será que os outros estão dando o mesmo apoio para os seus sonhos? E sobre você mesmo: o que você tem feito pelos próprios sonhos?

17. Não avançar com rapidez suficiente.
Ter prioridades é importante. Não deixe que seu tempo se vá somente com coisas supérfluas. Procure sempre progredir.

18. Guardar rancor, especialmente com aqueles que você ama.
Qual é o objetivo de reviver a ira vez após vez?

19. Não ter prestado serviços voluntários
Aproximar-se do final da vida sem ter ajudado o mundo a ser um lugar melhor é uma grande fonte de tristeza para muitos.

20. Desprezar o cuidado com seus dentes.
Pode parecer besteira, mas cuidar da saúde bucal pode fazer você se orgulhar em ser um velhinho (a) que não precisa usar dentadura.

21. Conversar com seus avós.
A maioria de nós percebe muito tarde quão bom é ter seus avós por perto.

22. Trabalhar demais.
Ninguém olha para trás de seu leito de morte e deseja ter passado mais tempo no escritório.

23. Não aprender a cozinhar uma refeição incrível.
Saber preparar uma refeição deliciosa fará com que todos aqueles comensais e celebrações sejam muito mais especiais.

24. Não parar o suficiente para apreciar o momento.
Os jovens estão constantemente em movimento, mas parar e apreciar os bons momentos também é importante.

25. Falhar ao terminar o que você começa.
"Eu tive grandes sonhos de me tornar uma enfermeira. Eu até me inscrevi para as aulas, mas depois acabei largando... "

26. Deixar-se definir pelas expectativas culturais.
Jamais permita que eles lhe digam: "Nós não fazemos isso".

27. Recusar-se a a aceitar que amizades acabam.
As pessoas se separam. Pessoas mudam. Situações também.

28. Não brincar com seus filhos o suficiente.
Quando você for velho, perceberá que seu filho passou de querer brincar com você para querer sair com os amigos/namorada num piscar de olhos.

29. Nunca correr um grande risco.
Saber que você correu um grande risco e fez aquilo que queria - mesmo caindo de cara no chão - pode ser reconfortante quando você olhar para trás.

30. Não desenvolver uma boa rede de contatos.
Ter uma boa networking pode parecer uma porcaria quando você é jovem, mas, mais tarde, torna-se claro que é assim que muitos empregos são conquistados.

31. Preocupar-se demais.
Como Tom Petty cantou, "a maioria das coisas com as quais me preocupo nunca acontecem...".

32. Ficar preso no drama desnecessário.
Quem precisa disso?

33. Não passar tempo suficiente com seus entes queridos.
Nosso tempo com nossos entes queridos é finito. Faça valer a pena.

34. Ter medo de se apresentar em público.
Isso não é um arrependimento para todos, mas muitas pessoas gostariam de , pelo menos  uma vez - saber o que é ficar diante de uma multidão e mostrar seus talentos.

35. Não agradecer.
Pode ser difícil de ver no início, mas, eventualmente, fica claro que cada momento aqui é um presente, e que todos nós somos incrivelmente sortudos por poder compartilhar isso.

quinta-feira, outubro 05, 2017

Eu, a música, o universo

Às vezes sinto como se eu não fosse eu mesmo
Como se eu fosse apenas meu cérebro
Preso a um corpo que não é meu
Corpo que pesa
Que me atrasa
Que incomoda
Então eu fujo pela música
Faço uma massagem na mente
Esqueço por um momento que sou pessoa
Esqueço que vivo e que tenho que viver
E apenas sou parte de um tudo
E componho o universo
Me integro
Me entrego
E não sou nada
Mas estou em tudo
E compreendo onde está o meu Deus
Na imensidão e no vazio do universo
Sou parte do infinito
E é aí que quero estar
Correr e viajar
Mas a música acaba e é preciso voltar
É hora de me recompor
De ser
De estar
Ainda bem que a música fica ali
Meu portal sempre aberto
Onde eu posso ir e voltar sempre que precisar
Uma alucinação musical universal
É tudo que preciso


segunda-feira, dezembro 16, 2013

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Versinho

Mãezinha do céu
eu não sei rezar
só sei repetir
"nossa como tá quente hoje!"

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Adeus, Valentina!

Adeus, Valentina!
Antônio Barreto

Quando conheci Valentina ainda era tempo de gabirobas, tanajuras, figurinhas e seriado de Roy Rogers na tela do Cine Roxy, na “ardeia”. Eu já gostava de escrever poemas em papel de embrulhar pão, para os amigos apaixonados conquistarem mais depressinha suas inefáveis namoradas. Tudo no presente do indicativo. Assim, compartilhávamos do mesmo amor platônico, aquele que sentíamos, quase sempre, pelas mesmas meninas. Era um artifício: sem que ninguém soubesse, me declarava a elas pegando carona no meu próprio poema, que era, na verdade, “para o meu amigo”. E aquelas viagens de febre e insônia, nos tapetes voadores da paixão, assolavam nossa infância. Queimávamos por dentro o esplendor da relva que William Wordsworth, mais tarde, iria colocar nas cabeceiras de nossas camas. E se, na rua, a bola de meia sujava nossos dias com o suor das heróicas batalhas, em casa passávamos o amor a limpo. Sempre: um coração flechado no canto direito da página. E as trêmulas letras do cabeçalho: EU TE AMO.
Então, conheci Valentina, que chegou camuflada numa dessas tardes de primavera. Nesse tempo, eu já não sabia mais onde guardar a memória das coisas. Meu pai também fazia acrósticos, decorava dicionários, enquanto minha mãe cantava. Mas foi Valentina quem me ensinou, de repente, a respirar de um modo comprido. Na terra a gente pisa, mas é no ar que nos preparamos para as longas viagens. Devagar, ela me fez ver que o coração funciona melhor quando as mãos, os dedos, o cérebro e o pensamento pipocam de um jeito mais compassado, sem ânsias de pendurar verdades nas paredes do mundo. Esse que vem a reboque do que, no fundo, são os tijolos da mentira. E quase catando o milho dos sentimentos de ouro, no galinheiro das palavras mais bonitas de cantar, Valentina se sentou comigo debaixo da mangueira. E me soletrou as palavras-diamante, as palavras-pedra, as palavras-seda e as palavras-dor. E como sempre, sozinha, a palavra-saudade.
Um dia Valentina me mostrou também que um lenço, ou um papel em branco, agitado na estação do trem, não era gesto de adeus, mas desafio.
Algo ruiu por dentro de mim naquela despedida. Vim sozinho com os “eus” do outro que nela habitava. E fui, aos poucos, virando bicho urbano, um ser sem passarinho, sem formigas poliglotas, sem pescaria, sem gibi, sem matinê, sem vírgulas, sem namorada platônica e sem pecado. A saudade de Valentina, certa madrugada, adoeceu-me. E descobri que já não mais respirava pelo nariz, mas pelas reticências... Voltei para buscá-la. E com ela aprendi de novo onde colocar uma esquina, aquele olhar perdido do retrato, esse par de cotovelos esperando a chuva, as prováveis civilizações da Atlântida, as lendas que navegam numa mesa de bar, esses dois olhos negros mergulhados no vazio das luas suicidas, o menino que se arrasta pelo chão e quer que sua fome morda o rabo do cachorro, porque esse cheiro de outono úmido, quando e como essa mãe que chora, onde e por quem aquele cego procura, e essas quaresmeiras explodindo em tons de lilás os véus de noiva, no abril das tardes roxas de gás, em Belo Horizonte. E por que diabos eu ainda me levanto com essa frase, gravada nos lábios de Valentina: “Hoje é o dia mais feliz da minha vida!”
Daria tudo para resistir. Mas sou um homem fraco, reconheço. E ingrato. Sei que a indulgência é a maneira mais polida do desprezo. No entanto, Valentina já estava me deixando ultrapassado, analfabeto. Velha, ranzinza, caduca, o tempo nela ia timbrando suas marcas, e não tinha conserto. Alquebrada, já sofria de artrite nas juntas ressequidas, estalava como graveto seus longos e finos dedos, e a coluna: empenada. Pior: não entabulava mais coisa com coisa. Por isso nos separamos. Faz apenas uma semana, risquei Valentina de minha vida. Definitivamente.
Levado pelas mãos de amigos, conheci “a outra”. Fascinado, me enamorei à primeira vista por seu lay-out de mulher fatal, repleta de mistérios e outras coisas com as quais eu nunca havia imaginado: as curvas perfeitas, a voz dissimulada, insinuante, e o insaciável olhar de “quero mais”. Uma verdadeira “máquina”, de performance demoníaca.
É claro que daria tudo para sofrer de novo os mesmos percalços, os mesmos pesadelos e até os mesmos segredos inconfessáveis que mantive com Valentina. Mas sou um crápula: o tempo mudou, e “a outra” me seduziu com sua juventude. Nem sei ainda como ela se chama, ou se vai ficar para sempre. Só sei que tem mil maneiras de fazer um quarentão (que escreve por não saber modo melhor de amar ou de sofrer), se apaixonar.
Estou, irremediavelmente, perdido.
De noite, em suas entranhas de redes e labirintos – que se abrem como janelas que criam atalhos para outras janelas – configura à minha frente o estranho menu do novo mundo. Navego marinheiro de primeira viagem, sem memória do antes e do depois. E, com um pouquinho de culpa, vou tentando reorganizar os ícones existenciais que ficaram tatuados por dentro, na alma da velha companheira. Que ninguém os delete. Como deletaram os cinemas da minha aldeia, que viraram igrejas evangélicas. Mesmo porque, sempre haverá gabirobas e tanajuras por lá.
Adeus, Valentina!

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Zé do Pó


"Seu nome era José Paulo Virgílio, mas todos o conheciam como Zé do Pó. Nada a haver com esta droga de droga que hoje assola o mundo, simplesmente porque estava sempre como um molambo, sujo e cheio de pó. Bebum inveterado, não havia sequer um boteco na pequena cidadezinha onde ele não estivesse ou passasse. A "via sacra" começava de manhãzinha, Zé do Pó seguia pros botecos acompanhado das crianças que iam pro Grupo Escolar.

- "Hei pingaiada ... oh pinguço..." - Gritavam as crianças em coro e algazarra enquanto Zé do Pó de cabeça baixa e com um andar de solavancos seguia para seus destinos. Vez em quando, ele batia o pé, sem parar de andar, como que querendo assustar aos moleques que chegavam muito perto. Aquilo era festa para eles que provocavam mais ainda.

Na frente da escola, ele sempre levantava a mão como que acenando um tchau enquanto as crianças adentravam, sem antes deixar de novamente gritar e zombar com o bebum.

Todos os donos de boteco conheciam Zé do Pó que permanecia na porta até que alguém lhe trouxesse uma ou duas doses de pinga. Ele demoradamente olhava, cheirava, jogava um pouco no chão (a do santo) e degustava numa só "talagada". Muitos destes mantinham um copo exclusivo e personalizado (um pedaço de papel colado com fita adesiva ao copo).

Vez em quando, estes mesmos donos de botecos reservavam serviços marginais para que Zé do Pó fizesse. E ele fazia, sem questionar: cortava grama (com ancinho), limpava quintais, trocava telhas, assentava tijolos, lavava caixas dágua, etc. Não havia o que ele não soubesse fazer.

Zé do Pó andava mais de vinte quilômetros por dia em sua "via sacra" aos bares; quando chegava ao último, voltava repetindo o ritual e chegava em casa quase à noitinha quando ia cuidar de sua horta e varrer seu quintal.

Zé do Pó era conhecido também por gostar de velórios; se tinha um novo morto na cidade, ele se banhava (banho de gato) colocava sua melhor calça remendada, uma camisa feita com saco de trigo onde dava pra notar o decalque do Moinho Catarinense, um paletó azul-marinho que ficava com as mangas próximas a seus cotovelos, de tão curto que era e um sapato Vulcabrás 757 que deixava ver seu dedão do pé.

Nestas ocasiões, ele se sentava numa cadeira num canto da sala, mas sempre próximo ao defunto, onde alguém lhe servia fartas doses de cachaça e bolo de fubá. [Ainda hoje, é comum no interior de Minas o ato de ir "beber o morto", quando no velório se toma cachaça e come-se bolão de fubá].

Com o passar dos anos isto se tornou um costume na cidade, tanto que quando Zé do Pó não aparecia num velório, fosse de pobre ou da família mais abastada, iam buscá-lo de carro, charrete, carroça ou qualquer outro meio de transporte que a família tivesse. Quando uma vizinha morreu, seu filho foi buscar Zé do Pó numa bicicleta cargueira. Quando chegaram ao velório, ele estava com o nariz todo ensangüentado dos tombos que havia levado.

Lembro-me como se hoje fosse, o dia em que uma bomba destas de festas de São João estourou na minha mão quase me amputando os dedos. Quando cheguei a Santa Casa (hospital), o alarido era grande, pois Dona Geraldina, uma senhora muito conhecida e bemquista por todos, precisava de uma transfusão de sangue e poderia vir a falecer se isto não fosse feito. E devido às crendices não aparecia ninguém pra fazer a doação.

- "Eu vim fazer a doação de sangue que a Santa Casa está precisando." - Uma voz forte, bem articulada e grave vindo da porta da Santa Casa.

Era Zé do Pó, que como nos botecos, permanecia inerte e com a cabeça baixa, por detrás da porta de vidro. Esta foi a primeira e única vez que ouvi a sua voz.

- "Mas ocê num pode rapaiz, cê tá loco!!!" - disse uma das enfermeiras.

- "Eu vim pra fazer a doação." - Disse Zé do Pó com segurança e desta vez com a cabeça levantada. Neste ínterim chegou o Doutor Paulo, um dos dois grandes médicos da cidade naquela época:

- "Deixa o rapaz doar. A Santa Casa não está precisando de sangue? Então?" - Se dirigindo a enfermeira.

- "Ó Zé, você vai ter que ficar sem beber até amanhã, daí então você pode fazer a doação, está bem assim?" - Se dirigindo ao Zé.

A notícia se espalhou rapidamente pela pequena cidade, Zé havia permanecido toda a noite à frente da capela contígua à Santa Casa e quando foi doar, já nem mais necessitava pois praticamente todos os adultos foram fazê-lo.

Zé do Pó virou uma lenda viva com este pequeno e nobre ato, muito dele se falava. Diziam que danou a beber pois tinha tido um decepção amorosa quando foi morar em São Paulo, diziam que ele era engenheiro ou que era médico e tantas outras coisas que nunca foram confirmadas.

Um dia Zé do Pó foi buscar lenha e, por mais absurdo que possa parecer, cortou o próprio galho da árvore onde estava sentado. Zé do Pó ao pó voltou. A cidade toda foi a seu velório.

Cada vez que faço uma doação é dele, do Zé do Pó que me lembro. "

Fonte: http://www.mdig.com.br/

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Futebol - Postagem número 100 !

Tava eu na arquibancada da quadra da escola
aguardando meu filho fazer o teste com o canibal
Canibal é o apelido carinhoso do professor de futebol da escola
Então é isso eu tava lá esperando
E o testezinho durava 2 horas
de 18:30 até 20:30
sentado
na arquibancada dura
é isso.
Então no meio do treino começou o coletivo
Formaram-se times e tal e tudo mais
Ouvi um grito de um deles: "Nossa, mas que bomba!"
referindo-se ao chute forte do coleguinha
E eu, super desinteressado que sou em futebol, já comecei a devanear
e me perguntava qual bomba ou explosão
que sem controle,
provoca uma reação em cadeia que destrói o mundo todo?
Era fissão nuclear ou fusão nuclear?
E daí já mudei o pensamento para a conexão entre chutar forte e a palavra bomba
Me ocorreu que deveria ser bomba somente quando a bola explodisse com força no peito do goleiro
E lembrei que eu sempre fui goleiro e já ia desviar meus pensamentos quando, de repente:
- ISSO! Tem que meter a bola pro pivô que tá sozinho!
pufffffff, fui trazido de volta pro mundo real
Era um pai, que como eu, assistia ao treino
mas ele estava quase participando do treino tamanha era sua empolgação
Depois do grito voltei ao meu mundinho e pensei qual livro eu poderia levar para ficar lendo durante 2 horas da quarta e sexta que são os dias do treino
e pensei que tenho quatro livros sem terminar
e então:
- Vai gente! Cês deixam o cara livre ali ó!
Mas que cara idiota, pensei, gritando na minha orelha!
Eu tô ali alheio ao futebol, pensando nas minhas coisinhas do meu mundinho autista
e ele me interrompe aos berros como se fizesse parte do jogo
Me desconcentrei, olhei pra ele, e pensei em como uma coisa tão distante de mim consegue causar tanta emoção no outro
Avaliei a situação e lembrei-me que o cinema faz isso comigo
E que cada um é cada um e bla bla bla
- Presta atenção no jogo Eduardo!!!!!!
Mas que droga, eu não fico gritando no cinema, e também não quero entender que sou eu que estou no lugar errado, ele que contenha-se!
Então olhei pra ele furioso por dentro, mas ele sorriu de volta.
Cacete! Sorrir de volta desarma a gente.
Voltei aos meus pensamentos
Quando estava quase conseguindo ficar totalmente alienado aos gritos do pai doido eis que o sujeito me aborda:
- A turminha de verde (colete verde) é meio tímida no jogo né?
Aí não, aí não dá! Que fique com seus malditos interesses mas me envolver no jogo não. Não dá! Não tem jeito!
Respondi:
- É verdade, precisam se soltar mais.
Seja lá o que for isso que eu disse.
E emendei:
- Onde tem água por aqui? Vou caçar um bebedouro. Até mais.
Realocado na varanda do andar de cima da quadra, voltei ao meu mundo e meus pensamentos... Se a humanidade cresce sem parar, e se a cada nascimento um espírito reencarna no corpo, uma hora vão faltar espíritos e as pessoas vão ter que nascer sem alma... Ah, agora sim, feliz...