terça-feira, maio 04, 2010

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Curitibano chega em casa, triste, cabisbaixo, e fala com sua mãe:
- Mãe?
- Oi filho.
- Sabe o que aconteceu hoje?
- Me conte.
- Eu vi um mineiro.
A mãe, que já era mais experiente na vida, logo compreende o tamanho do problema. Senta o filho no colo e diz:
- Meu Deus... Coitado... me conte tudo, tudo mesmo.
- Sabe mãe, eu estava chegando no trabalho, assim, normal, quando de repente o mineiro passou do meu lado mãe, e aí eu ia passar direto como sempre sabe, que é o certo mãe, mas aí mãe, ele virou pra mim e falou bem assim: “Bom dia!”! Assim mesmo mãe, na minha cara.
- Meu filho...
- Mas não parou aí mãe, ele continuou e me perguntou algo sobre estar tudo bem mãe. Ele olhou direto nos meus olhos mãe! E eu ouvi tudo: Desde “bom” até “dia!”. Mãe você não acredita, mãe. Tô tremendo até agora...
- Filho... Eu uma vez, saí de Curitiba. Eu sei o que você passou. Eu sei bem...
- Mãe, você não tem idéia de como estou agora mãe. Tá doendo muito...
- Olha só, eu vou ensinar uma coisa que aprendi com meus pais sobre esses mineiros.
- Fala mãe, me conta, qualquer coisa pra me ajudar.
- Quando ele olhar diretamente pra você e disser aquele, como é mesmo que ele disse?
- “Bom dia!”
- Então, isso, quando ele soltar esse bom dia, você desconta na hora, na lata, na mesma moeda. Olhe na cara do maldito e diga em alto e bom tom “Bom dia pra você também!”. Assim mesmo, desconte na hora.
- Mas mãe, vou falar diretamente com ele?
- No início eu também estranhei. Mas experimente, funcionou comigo. Eles continuam andando e não machucam mais você.
- Vou tentar isso amanhã mãe. Mas por favor, me faça mais um favor.
- Diga qual é meu filho. Pode falar.
- Marca consulta pra mim hoje na terapia... Tá doendo muito...
- Claro filhinho, claro...