As idéias e as mãos sentem essa necessidade. Então que o acesso lhes seja concedido.
Há algo de brilhante, perturbador e sinistro na exposição dos órgãos
É feio, causa asco, nojo e aflição
Mas como também ouvi ontem, há beleza no horror
O arame farpado envolto no abdomem
Que é esticado até que se sinta cada ponta perfurando a pele
A lâmina que esquarteja a língua
O alicate que arranca as unhas dos dedos
O pedaço de vidro que passa ao longo do pescoço e rasga a carne
O ferro quente queimando os olhos
E é necessário que haja sangue
É necessário que o sangue não escorra, mas que jorre
E os corpos das vitimas, antes de morrerem, devem agonizar
E é muito importante olhar nos olhos desesperados de cada um
Para sentir a lágrima de total e completo pavor
Ouvir os gritos que imploram por misericórdia
Sim
Há uma beleza na destruição
Ao final de tudo
Ainda é preciso ver o último suspiro
Daqueles que experimentaram o clímax da vida
Que é justamente lutar por ela,
Um segundo antes de cessarem sua existência
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